Casos da Síndrome demandam atenção dos pais aos cuidados com os filhos, já que essa é uma doença contagiosa.
A Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB) é uma doença contagiosa causada pelo vírus Coxsackie, que pode afetar tanto crianças quanto adultos, causando feridas (aftas) pelo corpo, principalmente na mão, pés e boca, o que motivou o nome da síndrome. Porém por sua ocorrência ser mais comum no primeiro grupo, requer um maior cuidado por parte dos pais e responsáveis, especialmente pelo contágio.
Dessa forma, a doutora Christyanne de Paula e Sousa, médica pediatra, explica o que esta infecção pode causar às crianças: “Geralmente a criança apresenta febre, mal estar, pode apresentar diarreia e coriza. E então aparecem pequenas feridas pelo corpo, principalmente em pernas, pés, braços, mãos, região de fralda, ao redor e dentro da boca, inclusive nas palmas e plantas. Essas feridas geralmente apresentam muito prurido, causando grande desconforto na criança”.
Em Goiás a Secretaria de Estado da Saúde (SES) apontou 56 surtos da doença somente neste ano de 2023, em 13 cidades. Assim sendo Aparecida de Goiânia a que registrou o maior número com 288 ocorrências, seguido pela capital (131), Santo Antônio da Barra (64), Novo Mundo (40) e Silvânia (37). Em todo o Goiás ocorreram 163 casos em diferentes estágios de sintomas e 646 suspeitas da Síndrome Mão-Pé-Boca.
Prevenção
A doutora Christyanne de Paula e Sousa, explica como ocorre a transmissão da doença “A transmissão é a que chamamos de fecal-oral. Contato direto com secreções (saliva, feridas, fezes) das pessoas contaminadas, ou objetos que foram contaminados, como brinquedos por exemplo”. Dessa forma, demanda uma atenção maior às crianças justamente pelo cuidado com a higienização de mãos principalmente.
“O ideal seria evitar por enquanto lugares aglomerados, principalmente fechados, brinquedotecas com brinquedos de uso coletivo, evitar enviar crianças com sintomas à escola para resguardar as outras crianças”, completou ela sobre o cuidado que os pais ou responsáveis devem ter no dia a dia das crianças.
Assim, evitando que as crianças que apresentam sintomas não estejam em contato direto com outras, para diminuir a possibilidade de transmissão. Além disso, ela completa, que para driblar a disseminação da doença assim como acrescentar ao cuidado para o bem-estar da criança é importante, “Lembrar de manter as unhas das crianças curtas e limpas para evitar contaminação das feridas ao se coçar”.
Dessa forma, a pediatra pontua os sinais que os pais, responsáveis e até professores devem estar atentos: “A principal complicação é a desidratação. Às vezes as feridas na boca são tantas que a criança não consegue nem beber água. Então se isso estiver ocorrendo, se diminuir a frequência da urina, se ela estiver mais escura, sem prostração, sempre procurar ajuda. Também caso apareçam sinais de infecção nas demais feridas do corpo, como vermelhidão e secreção amarelada/purulenta”.
A enfermeira e coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar da Suvisa/SES-GO Patrícia Pereira de Oliveira Borges, alerta aos pais que a idade em que mais ocorrem casos da doença é a faixa etária de 5 a 6 anos. Ademais, ela recomenda aos pais que identificaram sintomas nos filhos devem, “afastar as crianças da escola e das demais, ter um cuidado com a higienização, com a desinfecção do ambiente (casa)”.
Tratamento
Para os pais que já notaram o aparecimento das aftas nas crianças, o mais indicado é procurar cuidados médicos para evitar uma piora no quadro. “A doença é causada por vírus, então ela é auto limitada. Nós usamos o que chamamos de sintomáticos para aliviar os sintomas. Antitérmicos, analgésicos, anti alérgico para diminuir o prurido. Um auxílio que gosto muito também é o uso de laserterapia nas feridas da boca, que acelera o processo de cicatrização e diminui a dor”, explica a doutora Christyanne de Paula.
Em relação ao tratamento, a Secretaria de Estado da Saúde, informou que realiza o trabalho de capacitação de investigação de surtos e manejo clínico, faz o monitoramento dos casos e elabora as notas técnicas com as informações para os municípios. O atendimento e tratamento dos casos é feito pelas unidades locais de saúde nos municípios.
De acordo com a Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, mesmo após a recuperação, a pessoa ainda pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. Isto acontece porque o período de incubação oscila entre um e sete dias, o que requer o cuidado prolongado e atenção aos hábitos de higiene principalmente das crianças durante um maior período de tempo.
Por: Anna Letícia Azevedo