Com o avanço da tecnologia, não é novidade que os ataques hackers estão crescendo. De acordo com um levantamento exclusivo da ClearSale, neste ano o Brasil registrou mais de R$ 95 milhões em tentativas de fraudes no e-commerce somente no Dia Dos Pais. Entre 31 de julho e 13 de agosto, a empresa analisou mais de R$ 3 milhões em pedidos online, e o ticket médio de fraude foi de R$ 1.124.
Segundo o estudo, as duas regiões que registraram os maiores índices de tentativas de fraudes no Dia dos Pais foram a região Norte, com 2% e ticket médio da fraude de R$ 1.545, e o Nordeste, com 1,7% e ticket médio de R$ 1.400. Números como estes só reforçam a importância do seguro cyber, que ajuda empresas a não terem seus dados, ou dos clientes, vazados.
O seguro para riscos cibernéticos oferece proteção para danos como Responsabilidade Civil por atos de violação, despesas em casos de substituição de ativo digital, ameaça cibernética, lucros cessantes, custo com consultorias e assessorias, monitoramento e notificação mediante vazamento de dados, extorsão e despesas emergenciais. Dentre as coberturas para a responsabilidade por danos a terceiros, destacam-se: custos de defesa, perdas decorrentes da responsabilização por vazamento de dados, ações e multas regulatórias, responsabilidade por falhas em empresas terceirizadas e responsabilidade por mídia e internet.
“O seguro para riscos cibernéticos é uma camada adicional de proteção às empresas, uma apólice que visa amparar perdas financeiras decorrentes de ataques virtuais maliciosos, ou mesmo de incidentes decorrentes de erros ou negligências causados internamente na companhia, que resultem em vazamento de dados e outros danos ligados ao sigilo da informação”, afirma Victor Perego, especialista em riscos cibernéticos na AIG.
De acordo com Perego, a sinistralidade ligada ao ransomware (sequestro de dados) tem crescido significativamente em frequência e severidade nos últimos anos. “Dados globais da AIG mostram um aumento superior a 150% na frequência das notificações de sinistros de resgate e extorsão desde 2018. Além de crescente, os crimes virtuais estão também com técnicas mais aprimoradas, utilizando ataques mais invasivos e profundos. Por isso, é fundamental que as empresas contem com ferramentas mais robustas de prevenção e proteção cibernética”.
Na Akad Seguros, também foi registrado um aumento de casos de fraudes, ataques e phishing entre os clientes da companhia. Mariana Bruno, head de Cyber da seguradora, diz que o aumento da incidência destas ocorrências só evidência o nível de conhecimento e investimento que as empresas têm em relação à segurança de dados. “O Brasil está entre os cinco países mais atacados e em décimo quando falamos de investimentos em segurança cibernética”.
Para Mariana, a preocupação em relação à proteção dos dados deveria estar principalmente entre as pequenas e médias empresas. “A maioria desses empreendedores não entendem sua exposição e acreditam que não sofrerão um ataque hacker. ataque. Ao longo deste ano, identificamos empresas que não fazem nem um backup como segurança, isso faz com que a recuperação da organização seja demorada ou quase não ocorra. O seguro é importante para qualquer ramo de atuação e para qualquer tamanho de empresa. Entretanto, a maturidade brasileira para esse tipo de risco ainda é bem baixa quando falamos do cliente final”.
O especialista em riscos cibernéticos na AIG reforça que, por ser um produto cada vez mais estratégico para as empresas, é importante que os corretores se especializem no seguro cyber, buscando entender em maior nível de detalhes como os clientes que procuram uma apólice estão atuando na identificação e mitigação de riscos. “Buscamos nos aprofundar nas questões que permeiam a dinâmica peculiar dos riscos cibernéticos, fundamentando nossas decisões de subscrição em indicadores mensuráveis e objetivos, que permitem que tenhamos condições de oferecer soluções de seguro que se adequem à realidade do risco e do negócio, além de oferecer recomendações práticas dos especialistas que fazem parte do nosso time”, afirma Perego.
O executivo ressalta que o mercado nacional do setor de seguros cibernéticos tem visto alta demanda nos últimos anos, mas ainda apresenta muitas oportunidades quando comparado aos mercados mais maduros, como Estados Unidos e Europa. “Mais empresas, de diferentes portes e segmentos, passaram a buscar informações junto aos corretores sobre como o seguro cyber pode ser mais uma camada de proteção aos seus negócios. Essa é uma tendência que deve continuar. Hoje as organizações baseiam grande parte de suas principais iniciativas de negócios na coleta e processamento de dados pessoais, o que os tornam em ativos fundamentais para a companhia e que, portanto, devem ser adequadamente protegidos. Este cenário faz com que a segurança da informação seja um ponto fundamental dentro da gestão de riscos das empresas”.